Fora Temer e Diretas Já marcam jornada de protestos neste domingo
A chuva forte e insistente que caiu durante todo o dia de hoje
(21) na capital paulista foi oposição vencida neste domingo de atos para exigir
a saída do presidente Michel Temer (PMDB), a realização de eleições diretas já
e rechaçar as propostas de reformas trabalhistas e da Previdência defendidas
pelo Palácio do Planalto e pelo empresariado, além de setores da mídia.
Só na Avenida
Paulista, mais de 20 mil pessoas compareceram ao ato convocado pelas pelas
frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, integradas com centrais sindicais e o
apoio de quase uma centena de movimentos sociais.
O presidente
da CUT, Vagner Freitas, destacou a união de milhares de jovens, homens,
mulheres, no campo e nas cidades, indo às ruas para reivindicar Diretas Já e a
imediata retirada das propostas de reforma da Previdência e reforma
trabalhista. Freitas destacou o papel da Globo no episódio da delação de
empresários da JBS, na qual Temer está diretamente envolvido.
“Por que
vocês acham que a famigerada Globo quer tirar o Temer? Porque ela botou o
Temer. Quem botou, acha que tem o direito de tirar. Vocês acham que a Globo tem
interesse de defender o direito dos trabalhadores?”, afirmou
Vagner. “O que a Globo quer é tirar o Temer porque ele não consegue
entregar o produto, não consegue fazer as reformas. Querem tirar o Temer e, de
maneira indireta, colocar outro golpista igual a ele para fazer as reformas,
para acabar com a sua aposentadoria, com a sua carteira assinada e destruir o
Brasil.”
O dirigente ressaltou ainda que os trabalhadores não vão aceitar desrespeito. “O povo quer votar. O povo brasileiro
é o dono deste país. Não é a Globo. Queremos votar para presidente, para
deputado, para senador. Fica claro que a população brasileira não aceita também
as reformas.”
O coordenador da Central de
Movimentos Populares e da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, destacou mais
uma tentativa em curso de "rasgar a Constituição". “Eles agora estão
com o argumento de que não pode alterar a Constituição. Ora, para rasgar a
Constituição Brasileira e dar um golpe na presidenta Dilma, eles fizeram. Para
retirar direitos trabalhistas e alterar a CLT, eles rasgam a Constituição. Para
aprovar a reforma da Previdência, eles rasgam a Constituição. Então alterem a
Constituição para dar direito ao povo de escolher o presidente da República”,
disse.
Bonfim ainda
mandou recado para os setores conservadores. "Eles querem eleições
indiretas para acabar com nossos direitos, nossa aposentadoria. A direita está
dividida, mas unida para acabar com nossos direitos. Eles que coloquem as
barbas de molho porque o povo está unido por Diretas Já. Não vamos aceitar
nenhuma saída que não seja pelo povo em eleições diretas, livres e
democráticas."
O coordenador
geral do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse
que jamais imaginou ver o governo Temer ruir em prazo tão curto. “Não
esperávamos que é apenas um ano esse golpe desse tantos frutos. Pensamos que
veríamos a verdade nos livros de história, mas em um ano o golpe ruiu e o
governo Temer está em ruínas. Agora, este governo que já não tinha
legitimidade, perdeu a condição política de governar. É engraçado ver Temer na
TV falando em conspiração. Logo ele que conspirou nos corredores de Brasília.
Não tem moral nenhuma para isso.”
O senador
Humberto Costa (PT-PE) destacou a necessidade de engajamento na luta pela saída
imediata de Michel Temer. “Por que em breve a crise econômica vai se agravar
no país. Nosso compromisso é com a saída de Temer e a chamada de eleições
diretas. Precisamos aprovar emendas com essa previsão. Precisamos deixar claro
também um novo projeto para que o novo governo revogue as reformas contra os
trabalhadores.”
Pelo
Brasil
Ao
longo do dia, o povo foi às ruas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Goiânia, Belém, Natal, Porto Alegre, Teresina, Salvador e entre
outras cidades.
Como
no resto do país, em Brasília o vermelho tomou conta dos manifestantes que se
reuniram em frente ao Museu da República para pedir a saída de Temer e a
suspensão das reformas.
“Um
protesto não inviabiliza outro, está tudo relacionado. Queremos um país melhor,
com garantia de conquistas obtidas a muito custo e tirar esse usurpador de onde
está”, disse o professor Sanelvo Almeida, da rede pública de ensino do Distrito
Federal, referindo-se a Temer.
A
manifestação de Brasília foi marcada, em sua maior parte, pela participação de
servidores públicos, estudantes e profissionais liberais, bem como integrantes
de sindicatos e centrais sindicais, além de movimentos como o Levante Popular
da Juventude. Um ponto que chamou a atenção, na fala de alguns estudantes, foi
o apoio dado ontem pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg
(PSB) ao movimento pela saída de Temer. Rollemberg foi o primeiro governador do
país a pedir a renúncia do presidente. E votou pela saída da sua legenda da
base aliada durante a reunião da executiva nacional do PSB.
“O
Rollemberg tem tido muitos embates com o funcionalismo do Distrito Federal e
atrasado salários, mas por outro lado sabemos que ele pegou o governo numa
situação difícil. O momento, porém, é de críticas a ele serem deixadas de lado
para que possamos louvar sua iniciativa”, afirmou a estudante de engenharia
Aline Vasconcelos. Muitos participantes também destacaram em vários cartazes a
importância de serem realizadas eleições diretas para eleição do sucessor de
Temer.
“Passamos
por muita coisa no país para conquistar o direito de eleger um presidente e não
podemos permitir que depois de o Palácio do Planalto ter sido ocupado por um
presidente ilegítimo, o seu sucessor seja escolhido de forma indireta, mesmo
que por um mandato de pouco tempo. Já vimos este filme e sabemos que ele não
acaba bem”, disse o analista de sistemas Jefferson Rodrigues, que levou dois
filhos adolescentes para participar dos protestos.
O
grupo, conforme dados dos sindicatos, contava com aproximadamente 500 pessoas
no início da tarde, mas foi ampliado ao longo do dia. A expectativa é de que
por volta das 19h os manifestantes saiam em passeata pela Esplanada dos
Ministérios.
"Não
me venham com indiretas. Respeitem o povo brasileiro", afirmou a deputada
federal Erika Kokay (PT-DF), que participou do ato em Brasília. Para ela
destacou, a permanência de Temer na presidência é um menosprezo ao país. Ela
ainda afirmou que as reformas pretendidas vão acabar com os direitos dos
trabalhadores e também com a economia do país. Segundo a deputada, é preciso
"recompor o pacto democrático", que só pode se dar com a realização
de eleições direitas, após a saída de Temer.
"Não me venham com
indiretas. Respeitem o povo brasileiro", afirmou a deputada federal Erika
Kokay (PT-DF), que participou do ato em Brasília. Para ela destacou, a
permanência de Temer na presidência é um menosprezo ao país. Ela ainda afirmou
que as reformas pretendidas vão.
Na capital
mineira, a manifestação começou pela manhã na praça da Liberdade, região
central da cidade. De acordo com a organização, cerca de 50 mil pessoas. Além
de pedir a saída do presidente, os participantes, que caminharam até a
praça Sete de Setembro, também ressaltaram o envolvimento de Aécio Neves
(PSDB-MG). O senador mineiro é acusado de receber propina da empresa JBS, que
seria utilizada para o pagamento da sua defesa das acusações na Lava Jato.
Houve atos ainda nas cidades de Juiz de Fora e Uberlândia e Ipatinga. acabar com os direitos dos trabalhadores e também
com a economia do país. Segundo a deputada, é preciso "recompor o pacto
democrático", que só pode se dar com a realização de eleições direitas,
após a saída de Temer.
Ainda
pela manhã, cerca de 2 mil pessoas ocuparam as ruas do centro
de Natal, no Rio Grande do Norte, e se manifestaram contra os cortes nas
aposentadorias e nos direitos trabalhistas propostos pelo atual
governo. Na região centro-oeste, manifestantes também foram às ruas pelas
diretas já, em Cuiabá, no Mato Grosso, em Campo Grande, no Mato
Grosso do Sul, e também em Goiânia, capital do estado de Goiás.
Fonte: Rede Brasil Atual







