Genial/Quaest: Lula segue à frente, mas pressão aumenta e margem para erros diminui
Diferença cai em todos os confrontos e disputa contra Bolsonaro chega a empate técnico; Renan Santos (Missão) estreia na pesquisa
A
nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira
(13/11), mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua
liderando todos os cenários de 1º e 2º turnos, mas a distância para cada
adversário encolheu desde o último levantamento, feito em outubro. Um sinal que
o ambiente se tornou mais competitivo e menos tolerante a erros.
A
inflexão ocorre em meio à piora na avaliação do governo e ao fortalecimento
relativo de nomes da oposição, impulsionados pela centralidade da pauta de
segurança pública. A combinação desses fatores redesenha o cenário de 2º turno:
o que antes parecia confortável para o Planalto agora começa a flertar com
disputas perigosamente apertadas.
O
levantamento foi feito entre 6 e 9 de novembro, com 2.004 entrevistas
presenciais de eleitores de 16 anos ou mais, e margem de erro de 2 pontos
percentuais.
Pausa
na trajetória de alta
Na
espontânea, Lula cai de 19% para 14%, interrompendo a trajetória de alta;
Bolsonaro mantém 6%, e o contingente de indecisos permanece enorme, em 72%.
Isso mostra que, fora das bolhas políticas, a eleição ainda não começou para a
maioria do país, e o mercado de opinião continua completamente aberto para
movimentações, temas e novos nomes.
Uma
eventual disputa com Jair Bolsonaro (PL) ilustra a mudança no humor do
eleitorado: o segundo turno entre os dois chegou ao empate técnico: Lula
tem 42% contra 39% do ex-presidente; diferença de apenas 3 pontos. Em outubro,
Lula vencia por 10 pontos.
Lula
também perdeu vantagem contra outros nomes no páreo: contra Ciro Gomes (PSDB),
a vantagem recuou de 9 para 5 pontos (38% a 33%). Frente a Tarcísio de Freitas
(Republicanos), caiu de 12 para 5 (41% a 36%). No duelo contra Michelle
Bolsonaro (PL), caiu de 12 para 9 (44% a 35%). E contra Ratinho Júnior (PSD), o
movimento se repete: de 13 para 5 pontos (40% a 35%).
Renan
Santos (Missão) estreia na pesquisa com 25%, mostrando força inicial; Lula
aparece com 42% no cenário contra ele.
Cresce desejo por
alternativas
A pesquisa também mostra
que os eleitores estão divididos sobre o que é “melhor para o Brasil” em 2026:
24% preferem um nome fora dos campos lulista e bolsonarista, enquanto 23%
defendem a reeleição do presidente. Um empate técnico que reforça a busca por
alternativas.
O Nordeste é a única
região em que a reeleição de Lula é vista como o melhor cenário (37%). Nas
demais, cresce a busca por alternativas ao lulismo e ao bolsonarismo. A
esquerda não-lulista também mostra fratura: 45% preferem Lula, enquanto 30%
defendem um nome independente das duas principais forças políticas.
Há demanda por renovação.
Entre independentes, explode o desejo por alternativas: 38% querem um candidato
que não seja ligado a Lula ou Bolsonaro, enquanto 27% preferem alguém “de fora
da política”, maior índice entre todos os grupos.
A rejeição aos dois
líderes segue alta e limita margens de manobra. Para 59%, Lula não deveria
concorrer novamente (eram 56% em outubro). No caso de Bolsonaro, 67% defendem
que ele abra mão em favor de outro nome – número menor que os 76% anteriores,
mas ainda muito superior ao de Lula. O dado reforça que, apesar de menos
polarizada do que em 2022, a opinião pública continua resistente à repetição da
disputa que marcou a última eleição presidencial.
Fonte: https://www.jota.info/eleicoes/genial-quaest-lula-segue-a-frente-mas-pressao-aumenta-e-margem-para-erros-diminui






