Bolsonaro e aliados começam a cumprir pena por tentativa de golpe, e audiências definem primeiros passos da prisão
Condenações
históricas levam ex-presidente e militares ao regime fechado; entenda como
funciona a progressão da pena e por que eles não devem cumprir todo o tempo
atrás das grades
O
ex-presidente Jair Bolsonaro e cinco aliados condenados pela tentativa de golpe
de Estado em 2022 começaram a cumprir pena em regime fechado após decisão da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. As prisões ocorreram nesta
terça-feira (25), após a rejeição dos últimos recursos apresentados pelas
defesas e o encerramento definitivo do processo penal referente ao núcleo
central da trama golpista.
Nesta quarta-feira (26), todos os réus presos passaram por audiências de custódia, realizadas por videoconferência nos locais onde se encontram detidos. O procedimento serve para verificar se a prisão ocorreu dentro da legalidade e se não houve abusos na condução das detenções. Ao mesmo tempo, o STF conclui o julgamento virtual da decisão que determinou o início imediato do cumprimento das penas.
Apesar disso, a permanência integral no regime fechado é improvável. A lei prevê mecanismos de flexibilização ao longo da execução da pena. O principal deles é a progressão de regime, que permite ao preso passar do regime fechado para o semiaberto, e depois para o aberto, desde que tenha cumprido uma fração mínima da pena e apresente bom comportamento. Esses percentuais foram endurecidos pelo Pacote Anticrime e variam conforme o tipo de crime e o histórico do condenado.
Há ainda a possibilidade de prisão domiciliar, concedida em situações específicas, como idade avançada ou doença grave. A defesa de Bolsonaro já havia solicitado a medida alegando problemas de saúde, mas, por ora, ele permanece em regime fechado.
Por se tratar de militares de alta patente, alguns dos condenados estão detidos em instalações das Forças Armadas, como prevê a legislação. O único réu que não foi preso é o deputado Alexandre Ramagem, que permanece fora do país.
Embora
o STF tenha dado início ao cumprimento das penas, o futuro carcerário do grupo
ainda dependerá de decisões posteriores do ministro Alexandre de Moraes,
responsável por acompanhar a execução penal. A forma como cada condenado se
comportar na prisão, a adesão a programas de trabalho ou estudo e a análise de
pedidos específicos influenciarão no tempo efetivo de permanência em regime
fechado.
Fonte: Jornal Eco Paramirim









