Michel Temer a jornal: 'Renunciar seria admitir culpa'
O presidente Michel Temer (PMDB) disse que seria
“admissão de culpa” renunciar ao mandato. “Se quiserem, me derrubem”, afirmou o
pemedebista em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada nesta
segunda-feira (22). Alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por
suspeita de suspeita de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização
criminosa, Temer enfrenta a maior crise política de seu mandato. Neste fim de
semana, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu apresentar pedido de
impeachment ao Congresso, onde a oposição já lidera um movimento pela saída do
presidente. Além disso, informou o colunista do G1 Gerson Camarotti, os
articuladores políticos do governo foram avisados que parte da base aliada quer
a renúncia do pemedebista. O inquérito contra Temer tem como base as delações
dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista. Joesley gravou uma conversa com o
presidente numa reunião em 7 de março na residência oficia do Palácio do
Jaburu. Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a conversa
indica “anuência” de Temer ao pagamento de propina mensal, por Joesley, para
comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba
pela Operação Lava Jato. O presidente afirmou que a regra que ele próprio
estabeleceu, de afastar ministro que virar réu, não vale para ele. “Não, porque
eu sou chefe do Executivo. Os ministros são agentes do Executivo, de modo que a
linha de corte que eu estabeleci para os ministros não será a linha de corte
para o presidente”.





