Jorge Viana pede eleições diretas: 'Sistema político está podre'
Ao analisar a audiência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa Dilma-Temer, o senador Jorge Viana (PT-AC) afirmou que o julgamento não é apenas sobre os vencedores da eleição de 2014, mas de todo o sistema político. “O sistema político, eleitoral e partidário apodreceu, como o remédio que perdeu a validade. E o remédio que perde a validade perde o poder de curar, e, como se houvesse passado já muito tempo que esse remédio perdeu a validade, ele agora virou veneno”, disse ontem (8), durante pronunciamento no plenário.
O senador declarou que o povo não aguenta mais os
sobressaltos de tantos escândalos. “Está na hora de todos nós entendermos que é
preciso promover uma grande mudança no nosso país”, declarou. Para Viana, a
saída para a crise política no Brasil é a convocação de eleições diretas para a
Presidência da República. "Vamos depender da boa vontade dos
líderes do Legislativo. Imagina se vamos encontrar boa vontade, daqueles que
tomaram de assalto o Palácio do Planalto, para devolver o poder ao povo para
decidir quem governo o país."
"Estamos passando da hora de tomarmos uma
atitude que possa estar deixando de lado as preferências partidárias, as opções
partidárias, os interesses pessoais particulares para pensar o Brasil",
concluiu Jorge Viana.
TSE
O relator do julgamento da ação do TSE, ministro
Herman Benjamin, concluiu seu voto hoje (9) a favor da cassação da chapa
Dilma-Temer. Ele foi o primeiro a votar. Ainda vão se manifestar os
ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Admar Gonzaga, Tarcísio
Neto, Luiz Fux, Rosa Weber e Gilmar Mendes.
Ao retomar a leitura de seu voto, Benjamin afirmou
que não há como investigar o financiamento ilícito de recentes campanhas
eleitorais sem investigar a construtora
Odebrecht, que, segundo ele, se apropriou do sistema político.
"A Odebrecht utilizou e abusou do método
clandestino de apropriação dos candidatos brasileiros, de quase todos os
partidos”, declarou o ministro. "No caso específico da Odebrecht, os
(valores) não oficiais superam em muito os oficiais. E isso não foi prática de
um único partido, nem só dessa coligação (PT-PMDB). Não vamos imaginar que se trata
de um pecado de um único partido ou dois que inventaram essas práticas",
acrescentou Benjamim.
Ao
se referir ao depoimento em que o próprio ex-presidente da construtora Marcelo
Odebrecht contou ter liberado R$ 150 milhões para as eleições presidenciais de
2014, Benjamin classificou o empresário de "o especialista no esquema de
corrupção (política)”.
"Marcelo
Odebrecht herdou não só uma empresa, mas sim uma cultura de propina e a
sofisticou. Ele é a terceira geração de uma empresa que dominou os poderes
constituídos no Brasil desde a abertura das portas, lá atrás, ainda na Bahia,
com uma pequena empresa", disse o ministro. "Ele era o administrador
de um grande grupo econômico e de um dos maiores e mais sofisticados esquemas
de corrupção do mundo."
Fonte: Rede Brasil Atual





