Arrecadação brasileira encolhe o equivalente ao dobro do PIB paraguaio em 3 anos
A crise econômica fez com que a arrecadação
brasileira encolhesse, nos últimos três anos, o equivalente a quase duas vezes
o Produto Interno Bruto (PIB) do Paraguai. A perda de receita, em termos reais
- ou seja, descontando-se a inflação do período - alcançou R$ 172 bilhões entre
2014 e 2016, agravando a crise fiscal do País. Enquanto a receita líquida
de 2016 foi estimada pelo governo, nos últimos dias de dezembro, em R$ 1,082
trilhão (o dado oficial só sai no fim deste mês), em 2013 essa arrecadação somou
R$ 1,254 trilhão, em valores corrigidos pela inflação. O recuo representa
uma queda real de 13,7% no período. E o tombo teria sido maior, de 16,2%, se
não fosse o dinheiro da repatriação de recursos não declarados no exterior, de
acordo com cálculos do especialista em finanças públicas e economista da
corretora Tullett Prebon, Fernando Montero. No ano passado, essa entrada extra
de recursos foi de R$ 45 bilhões. A queda na arrecadação tem relação
direta com a marcha à ré na atividade econômica. Com produção e vendas menores,
as empresas recolhem menos impostos. Ao mesmo tempo, as despesas do governo
foram crescendo, o que resultou nos rombos sucessivos e crescentes do governo
federal: foi de R$ 17,2 bilhões em 2014 para cerca de R$ 170 bilhões no ano passado
(o número oficial ainda não foi informado). Para este ano, a receita
líquida prevista na Lei Orçamentária, sancionada na semana passada pelo
presidente Michel Temer, é de R$ 1,187 trilhão. Mas essa projeção, segundo
analistas, foi inflada por receitas extraordinárias e por uma estimativa
irrealista de crescimento de PIB de 1,6%. Um aumento dessa magnitude já não é
considerado possível. A expectativa dos analistas é de que o PIB do Brasil
cresça apenas 0,5% este ano.
Fonte: Bahia Notícias





