Sepúlveda diz que perseguição a Lula é a pior desde Getúlio Vargas
Ex-ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Sepúlveda Pertence disse nesta terça-feira que ainda vai avaliar
a estratégia para a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas
adiantou que não é seu estilo ser agressivo. Criminalista, considerado um dos
maiores especialistas em processo penal do Brasil, Sepúlveda disse ainda que a
situação do petista é uma perseguição. “É pior, a maior (perseguição) desde
Getúlio Vargas”, afirmou. Convidado pelo advogado Cristiano Zanin Martins,
responsável até aqui pela defesa de Lula, Sepúlveda disse que ainda vai
conhecer o processo e combinar “com os companheiros” o que pode mudar na
defesa. Ao ser comparado com Zanin e questionado se adotará também uma linha
mais agressiva, Sepúlveda rebateu: “não é meu estilo”. O ex-ministro minimizou
o fato de que ele vai comandar a estratégia e disse que ela será combinada com
os outros advogados. O novo advogado do ex-presidente não quis comentar as
declarações o novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luiz Fux, que há
pouco na solenidade de posse fez uma defesa enfática da aplicação da Lei da
Ficha Limpa, disse que “ficha suja está fora do jogo democrático”. “Isso será
discutido ainda. Agora chega”, disse a jornalistas, durante sessão de
cumprimentos a Fux no TSE. O reforço na defesa de Lula com a chegada de
Sepúlveda contou com o aval do próprio ex-presidente. Conforme o Estado
adiantou no dia 28 de janeiro, o nome de Sepúlveda vinha sendo cogitado para
integrar a defesa do ex-presidente desde antes da condenação a 12 anos e um mês
de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Segundo pessoas
próximas ao ex-ministro do STF, não houve acordo porque Sepúlveda defendia o
banqueiro André Esteves, o que poderia gerar conflito de interesses. Advogados,
contudo, relataram que o motivo da divergência foi o fato de Zanin não abrir
mão de fazer a sustentação oral no TRF-4. Após a confirmação da condenação em
Porto Alegre pela 8ª Turma do tribunal, que aumentou a pena imposta a Lula pelo
juiz Sérgio Moro, as pressões aumentaram. Dirigentes petistas passaram a
defender a contratação de um “medalhão”, já que Zanin nunca foi especialista em
direito criminal.
Estadão
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