Lula: 'Quanto mais eles me perseguem, mais eu cresço nas pesquisas'
O ex-presidente Lula enviou um vídeo para o
encontro da União Africana sobre a erradicação da fome no continente após ser
impedido de participar do evento por decisão do juiz da 10ª Vara Federal do
Distrito Federal, Ricardo Leite, que não tem relação com o julgamento do
processo do chamado triplex do Guarujá.
Lula havia sido convidado para o encontro realizado
em Adis Abeba, na Etiópia, cidade-sede da União Africana, para falar sobre a
experiência de seu governo no combate à fome. O evento contou com a presença de
representantes de todos os países africanos e do diretor-geral da FAO, José
Graziano, do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres e do primeiro-ministro
da Etiópia, Hailermariam Desalegn.
No vídeo, o ex-presidente falou sobre o que
considera ser uma perseguição judicial para impedir sua candidatura
presidencial em 2018. "Quanto mais eles me perseguem, mais eu cresço nas
pesquisas", disse."Eles sabem que se eu for candidato, contra os
meios de comunicação do meu país, contra a elite brasileira, eles sabem que
minha chance de ganhar as eleições no primeiro turno é total."
"As coisas estão acontecendo aqui no Brasil de
forma desagradável porque nós fomos vítimas de um golpe parlamentar, um golpe
que fez o impeachment da presidenta Dilma, jogando a culpa de todos os
problemas do Brasil em cima do PT e da presidenta, prometendo o céu, e eles na
verdade estão construindo um clima de terror aqui no Brasil", pontuou.
Em sua mensagem, Lula ressaltou que o problema da
fome no continente africano não se relaciona com a falta de produção de
alimentos, mas sim com a distribuição da riqueza. "A fome no mundo hoje é
na verdade falta de dinheiro para o povo mais humilde poder comprar, e dinheiro
também não falta no mundo, porque são trilhões e trilhões de dólares que ficam
sobrevoando os oceanos, especulando, ganhando dinheiro sem produzir uma única
peça, vivendo de exploração, como nós sabemos que existe no mundo
inteiro", afirmou. "O que nós queremos é que os países mais pobres do
mundo tenham o direito de aproveitar no século 21 a oportunidade de crescer, de
produzir riqueza e de distribuir essa riqueza.





