Condenação de Lula pode refletir em posição do PR na Bahia, indica Araújo
Um dos partidos
com maior chance de deixar a base aliada do governador Rui Costa (PT) – o outro
é o PP –, o PR vai acompanhar “com prudência” o desenrolar dos acontecimentos
envolvendo a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e um
mês de prisão, em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4). Pelo menos, é o que afirma o presidente da legenda na Bahia,
deputado federal José Carlos Araújo. “Caldo de galinha, paciência e esperar
hora certa de tomar decisão”, receitou Araújo, em entrevista ao Bahia Notícias
nesta quinta-feira (24). O julgamento do recurso do petista contra a decisão do
juiz Sergio Moro que já o havia condenado em primeira instância é visto pelos
partidos, tanto da base como da oposição, como fator essencial para definir os
rumos das eleições local e nacional. Na Bahia, a situação eleitoral do
ex-presidente vai ser usada pelas siglas como forma de ajudar a definir de qual
maneira marcharão no pleito de outubro. Caso possa concorrer, a avaliação entre
os aliados de Rui é que ele serviria como bom cabo eleitoral de sua campanha à
reeleição na Bahia, potencializando as chances dele de ter um novo mandato. Com
isso, as agremiações pensariam duas vezes antes de decidirem sair da base.
Mesmo que fique de fora, o ex-presidente pode passar também por um processo de
martirização. Aposta-se que, como vítima, Lula também poderia atrair votos
àqueles que apoiar. No entanto, Araújo pondera a necessidade de observar se a
reação da opinião pública ao julgamento do petista vai realmente apontar para
esta tendência nos próximos dias. “Se houver esse processo de vitimização, ele
vai, de alguma forma, se fortalecer e fortalecer alguém que seja indicado por
ele. Candidato com apoio dele tem grande força. Lula, daqui até a eleição, vai
fazer um estardalhaço da campanha dele. Mas ainda é prematuro a gente dizer o
que vai acontecer porque não sabemos a repercussão do que aconteceu hoje. Nós
temos que esperar com certa apreensão o que vai acontecer”, avaliou, ao dizer que,
“sem dúvidas”, o cenário envolvendo Lula e suas implicações locais serão
levados em conta pelo PR nestas eleições. Uma dessas implicações pode ser o
ex-governador Jaques Wagner sendo lançado candidato à Presidência da República,
em um plano B do PT. Caso isso aconteça, o parlamentar baiano avalia que Rui
pode ser fortalecido também. “Na Bahia, o Rui seria muito beneficiado, mas
precisa ver se Wagner tem chances e Lula vai ficar no contexto. Por isso que o
PR está no aguardo dos acontecimentos”, reforçou. No entanto, ele negou que a
direção nacional da sigla vai interferir na escolha da executiva estadual de
qual candidato apoiar na corrida eleitoral para governador. Atualmente, o
partido integra a base do presidente Michel Temer. Na Bahia, Rui é oposição a
ele. “Quando eu fui pro PR, uma das coisas que eu deixei claro pra direção
nacional é que, aqui, eu vou decidir conforme a conveniência do partido. A
Bahia vai ter autonomia de tomar toda decisão na Bahia. A tendência nossa é
seguir com o Rui”, declarou. Araújo disse, ainda, que quer iniciar as conversas
sobre a chapa majoritária com o governador apenas quando o partido tiver mais
musculatura. “Eu quero fazer o partido crescer. Nós queremos estar de um
tamanho para poder conversar com o governo”, completou.
Fonte: Bahia Noticias





