'A Serin não existe', critica Nilo por tratamento do governo a deputados da base
A
promessa do governador Rui Costa de executar as emendas impositivas dos
deputados estaduais até o fim de julho trouxe o “estímulo” – financeiro – que
faltava para que os parlamentares voltassem a apreciar no plenário da
Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) projetos do Executivo. Entretanto, o
fomento milionário ao ânimo dos legisladores – cada um dos 63 deputados tem
direito a indicar R$ 1,3 milhão em intervenções nas cidades que, geralmente,
compõem suas bases eleitorais – não diminuiu totalmente a insatisfação dos
governistas com a gestão de Rui. Nos corredores da Casa, parlamentares da base
continuam reclamando do tratamento dispensado a eles pela Secretaria de
Relações Institucionais (Serin), comandada por Josias Gomes. Ex-presidente da
Assembleia, Marcelo Nilo (PSL) externou na sessão de terça sua insatisfação
(20) e usou o plenário da Casa para lançar fogo amigo contra o governo (veja aqui). Em entrevista ao Bahia Notícias, o social-liberal girou sua
metralhadora em direção a Josias, alvo de críticas que recorrentemente surgem
no noticiário político, e sugeriu que ele, provável candidato a deputado
federal nas eleições do ano que vem, estaria boicotando eventuais concorrentes
– caso de Nilo, que já se colocou como concorrente a uma vaga na Câmara dos
Deputados. “O secretário da Serin é candidato a deputado, é meu
concorrente. Você acha que ele vai me ajudar ou ajudar ele? O cara é
concorrente, com tinta da caneta, e eu sou concorrente, sem tinta na caneta.
Isso não é justo”, bradou, ao ressaltar que a base, “sem exceção”, está se
queixando da relação com o governo. Ele disse também que a situação tem deixado
os colegas “nervosos”. “Chegando a eleição e eu estou vendo os deputados
nervosos porque não conseguem falar com o secretário. Quando vai, tem que dizer
qual é a pauta. Um secretário, para receber um deputado, leva até 10 dias para
marcar. Isso é inaceitável”, criticou. Nilo ainda endureceu o tom ao afirmar
que, na avaliação dele, a Serin “não existe” e que Josias não tem força nem
entre outros secretários de governo. “A Serin não existe como ação de
integração entre governo e base. Os deputados não procuram nem mais a Serin.
Josias não tem força nem como secretário. Os secretários nem atendem Josias”,
ironizou. “Ela [Serin] nem atrapalha nem ajuda, porque não existe”, ironizou.
O deputado também voltou a criticar Rui pelo imbróglio relacionado às
emendas. “Não dá para a gente ficar implorando, mendigando por um direito dos
deputados. Como político, o governo precisa dar um tratamento melhor aos seus
deputados. Eu tenho 36 prefeitos, aí me dá uma ambulância? Outros 35 ficam com
ciúmes. Isso só no meu caso”, reclamou.
Fonte: Bahia Notícias