STF autoriza depoimento de Augusto Heleno, Braga Netto e Eduardo Ramos no caso Moro
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF)
acatou o pedido apresentado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras,
nesta terça-feira (5) e autorizou os depoimentos dos ministros Augusto Heleno
(GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de
Governo).
A decisão foi tomada no inquérito que apura as acusações do ex-ministro Sérgio
Moro de tentativa de ‘interferência política’ do presidente Jair Bolsonaro no
comando da Polícia Federal. O decano deu 20 dias para o cumprimento das
diligências, segundo o Estado de São Paulo.
Mello também autorizou a entrega de gravação de reunião em que
os ministros testemunharam ameaça de Bolsonaro contra Moro, além de oitivas com
a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e seis delegados da Polícia Federal
envolvidos na crise da troca de comando da Polícia Federal do Rio de Janeiro,
em agosto passado.
A motivação dos depoimento foi por Moro ter citado os ministros
Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos
(Secretaria de Governo) como eventuais testemunhas de ameaças feitas por
Bolsonaro caso Moro não aceitasse a mudança de comando na PF.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou a cópia
da gravação e autorização para colher os depoimentos de Heleno, Braga Netto e
Eduardo Ramos junto da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). A parlamentar
trocou mensagens com Moro no qual pedia ao ex-ministro que aceitasse a exoneração
do hoje ex-diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Em troca, ela
influenciaria Bolsonaro a indicá-lo ao STF na vaga que abrirá em novembro.
Aras pediu que as diligências fossem realizadas em até cinco
dias depois que todos fossem intimados da decisão.
O PGR também solicitou ao Supremo que aprove oitivas com seis
delegados da Polícia Federal envolvidos no atrito entre Bolsonaro e Moro em
agosto do ano passado, quando o presidente tentou emplacar um nome de sua
confiança para assumir a Superintendência da PF no Rio de Janeiro – foco de
interesse da família.
Além de Valeixo, Aras quer ouvir o ex-superintendente da PF no
Rio Ricardo Saadi, o superintendente da Polícia Federal no Amazonas Alexandre
Saraiva, o chefe da PF em Minas Rodrigo Teixeira, o diretor da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, indicado por Bolsonaro
para a direção-geral da PF, e o recém-indicado diretor-executivo da PF, Carlos
Henrique de Oliveira Sousa.





